Editora Agartha

O Nosso Propósito

Talvez a grande tarefa do nosso trabalho seja aquele de aplainar os caminhos para os legítimos buscadores da Verdade. Trata-se de uma tarefa de garimpeiros, que pode ser executada em todos os tempos aqui ou ali, mas que na atualidade recebe todo um reforço especial pela conjuntura peculiar de espaço-tempo de transição -e aqui nos esforçamos então em demonstrar “por a e b” tudo aquilo que acha-se realmente envolvido nesta difundida ideia atual de “transição planetária”…

E ao falarmos de transição mundial, certas circunstâncias especiais também devem ser levadas em consideração. A expressão “fim dos tempos” possui graves consequências para todos aqueles que se acostumaram a investir na própria indulgência e a buscar falsos atalhos para a sua auto realização. As pessoas falam muito sobre postergações e livre-arbítrio. Porém o planeta tem o seu próprio cronograma e nem sempre pode esperar pelos caprichos individuais. Por isto é importante atender aos Chamados das Hierarquias da Luz sob pena de perder o trem da evolução. A escuridão pode ser tenebrosa -porém nada justifica deixar de seguir o caminho quando a luz já é projetada sobre ele.

“Os Kumaras”, de Jean Delville (1867-1953) 

Já para Blavatsky as coisas haviam sido colocadas para uma divulgação em larga escala, não obstante a amanuense não teve a capacidade de discernir os verdadeiros significados esotéricos de Fohat contidos nas Estâncias de Dzyan –para limitar-nos a mencionar apenas isto.(1) Alice A. Bailey por sua vez captou perfeitamente a ideia, porém optou por manter o assunto mais ou menos velado ainda em função dos perigos da divulgação aberta de certos assuntos.(2) Mas agora da nossa parte restava apenas abrir as coisas em definitivo em função da própria hora chegada das grandes transições mundiais.(3) Assim que aqueles que forem mais perspicazes possam aproveitar a oportunidade única que traz estes momentos planetários que representam verdadeiras fendas no espaço-tempo permitindo o acesso das energias mais profundas do Universo…   

Assim como a humanidade evolui os recursos espirituais também devem acompanhar o curso das coisas. Não é nada fácil realmente andar “na crista da onda”, porém sempre existem as Hierarquias e as boas Escolas de Iniciação para auxiliar neste movimento, estando acessíveis ao buscador sincero e dedicado. Nossas abordagens são neste aspecto didáticas e não-sectárias uma vez que nos posicionamos junto àqueles para quem cada ser humano que vem ao planeta deve refazer todos os estágios da evolução humana a fim de realmente poder colocar bases sólidas para a própria evolução.

A boa notícia portanto é que existem alguns raros lugares que podem não apenas fazer o alerta sobre a urgência das coisas (o que até nem é assim tão difícil assim, considerando que as crises sempre se mostram em muitos níveis), como também apresentar as ferramentas necessárias para que os legítimos aspirantes da luz possam descobrir os caminhos do novo Dharma e encontrar daí os verdadeiros tesouros da existência na forma da própria iluminação.

Notas:

  1. Isto se deve basicamente à mística a qual a Teosofia se expôs graças à forte influência que Blavatsky recebeu dos Puranas hindus, solapando assim o espírito científico (ou ocultista) dos Tantras que ela recebeu para interpretar. Por ironia o quadro reflete as circunstâncias narradas pelas próprias Estâncias de Dzyan quanto aos “rebeldes” que se recusaram a servir na mudança da ronda anterior, que foi a última grande transição planetária havida, embalados como muitos estavam então pelo sentimento atemporal da “criança divina”. Por isto quando os teosofistas forem descrever as origens tântricas (ou esotéricas) das Estâncias de Dzyan, devem buscar compreender também que a verdadeira base interpretativa de Blavatsky foram os Puranas (ou seja: exotérica) e quão grande diferença tal coisa acarreta.
  2. Mais uma vez o “filtro” se revelaria eficaz pois mesmo Bailey declarando haver chaves esotéricas importantes veladas nestes estudos, raríssimos foram aqueles que se dedicaram realmente a explorá-las como cabe, permanecendo-se bem mais no extrato místico (ou discipular) destes Ensinamentos do que avançando propriamente nas suas esferas ocultistas (ou propriamente iniciáticas).
  3. Foi a nossa vez então de confirmar quão grandes dificuldades as pessoas possuem para se dedicar ao verdadeiro esoterismo -leia-se: esforço criativo-, mesmo quando as práticas mais tradicionais são abertamente explicadas. Não obstante é conhecido que a verdadeira Iniciação está ligada a uma disciplina praticamente militar -donde a associação da verdadeira Iniciação com a casta kshatrya na Índia-, e para isto boas bases disciplinares precisam ser colocadas na vida da pessoa; tal como é possível obter nos ashrams espirituais bem estruturados. Razão pela qual podemos concluir que o famoso “Segredo Iniciático” é praticamente desnecessário no estágio da própria Iniciação, não passando então de simples mistificação, a não ser para efeitos didáticos ou para autoproteção ante eventuais quadros socioculturais desfavoráveis -o que tampouco significa que uma política pública excessivamente liberal também ajude no caso em questão, antes até muito pelo contrário.